terça-feira, 23 de novembro de 2010

PONTO DE FUGA.

Perfil temporariamente pictórico.  Andava gostando de ver pinturas. Não necessariamente de pensar sobre as imagens que elas me apresentavam, mas sim, de ver pintura em exposição. Ainda não entendendo bem o motivo.
Agora já entendo e, inclusive, carrego uma nova descoberta na maleta: só gostava de ver as grandes.
Semana passada acompanhei a desmontagem de uma exposição. Lindo ver a potencia de um espaço ser esvaziado até ser somente espaço. A bienal já tinha me dado esta lição. A quantidade de materiais, de todo tipo, empihados juntos com seus respectivos pares –objetos fazendo panelinhas – era encantadora. Madeira, metal, ferro, aço, mármore, vidro, bla bla bla e TAPETES ISOLANTES DE SOM perfeitamente conservados, retangulares e enormes. Pedi para levar, me deram, levei dois.
Penduro na parede e observo. Não produzo nada novo mas entendo que o formato me hipnotiza. Gostando de pinturas... IMPULSOS NATURAIS DE PERFORMER: me joguei na parede, agora forrada, de todas as formas. Brinquei de me balancar em frente à parede forrada, como um autista clichê, batendo de leve minha cabeça. Fazia isso enquanto pensava.
Noto que a estrutura isolante estava quase que exatamente ao meio da parede.  Me afastei e cortei um círculo ao meio da estrutura para ver este ponto central. Enquanto desenho, para mim, tudo naquela situação se encaixou. Se não fico imóvel naquele ponto não o sentiria. Logo, sequer o perceberia. Ao menos não tão cedo.